sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Sem fim
domingo, 6 de dezembro de 2009
Minguante
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pedido
sábado, 21 de novembro de 2009
Yoñlu
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Entre linhas
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Gato
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Trinco
Mente
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Algodão
sábado, 19 de setembro de 2009
Flabi
Bom mesmo é poder
olhar para dentro
do meu coração
e ver seu nome escrito nele
com letrinhas tortas
que seguem uma rima
compassada com cada batida.
Bom mesmo é saber,
saber que você
é meu céu e meu chão
e que sozinho
nunca mais eu estarei.
meu escuro se fez luz
meu choro, sorriso
minha alma morta agora brilha
Bom mesmo é poder dizer
quantas vezes der vontade
que é por você que eu vivo,
por você que eu sigo,
sigo em frente.
eu, você, ‘a gente’.
Bill Olyver, 19 de setembro de 2009.
Agulha
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Balança
Terra do Nunca
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Bicho Gente
Hoje tentei brincar de deus,
Quis escrever à minha imagem
E semelhança.
Quis completar um vago vão,
Um buraco negro imenso
Que me engole a razão.
De lápis na mão,
Folha no colo
Borracha na contra-mão.
Fiz rabisco.
Num instante que pisco,
Rasguei a folha,
Que desastre,
No meu olho, um cisco.
Fiz rabisco.
Nascia então uma frase torta,
Estranha,
Burra como porta.
Fiz rabisco.
Num egoísmo insistente,
Ó céus,
Criei um bicho gente.
*Verso base:Nascia então uma imagem torta,
Estranha,
Burra como porta.
Bill Olyver, 07 de setembro de 2009, 14:34.
Novelo de Lã
Tem vezes que me pego a tricotar
Perdido,
No silêncio de mim mesmo.
Faço esculturas de fio branco,
Os fios se soltam,
Logo elas se desfazem.
Nesse vai e vem da agulha
Eu desejo apenas
Ter ao menos uma forma.
Queria mesmo ser,
Um lençol, uma fronha
Um edredom quiçá.
Sonho,
E por fim, acabo mesmo
Sendo uma colcha de retalhos.
Bill Olyver, 06 de setembro de 2009, 14:39
Redemoinho
Quero ser uma pedrinha roliça
Me atirar num lago,
E ver quicar
Pulando sem preguiça.
Quero molhar meus pés,
Sentado à beira
Com a bermuda suja de barro,
Depois voltar ao meu convés.
Sem pressa,
Ver a água empurrar
Meu barquinho de papel,
E gritar que a vida é essa.
Quero apenas ser criança
Pra que dentro de mim não morra
Meu adulto frágil,
Meu refúgio esperança.
Bill Olyver, 07 de setembro de 2009, 14:35.
domingo, 6 de setembro de 2009
Poste
Tem vezes que
Os estilhaços da minha mente
Cegam os olhos da minha alma.
Não sei se ando,
Se galopo, se corro.
Não sei nem falar
E nem latir,
Socorro.
De tanto fugir de mim
Me encontro,
No que era pra ser
Um forçado desencontro.
Dei de cara comigo mesmo,
Que cara eu tenho?
Bill Olyver, 07 de setembro de 2009, 12:16 am.
Caderno
As palavras engasgam
Na ponta dos dedos
Preciso de um verso,
De uma rima,
Preciso criar um universo.
Combinar linhas,
Frases cantadas,
Nada disso importa agora,
Nesse espaço vazio
Logo aí em baixo.
É só um desabafo
De um desesperado criar
E sem motivos,
Sem nem vontade
Letras vem apenas espiar.
Pra que torturar-se
Afinal?
O vento sopra quando quer
Pra onde quer,
Preciso parar.
Nem poesia, nem texto
Nem rima, nem linha
Caneta, papel, arte
Que confusão a minha
Sem querer ser deus
Criei outro dos meus.
Bill Olyver, 06 de setembro de 2009, 11:57pm.
Cova Rasa
A cada segundo eu morro
E nasço no logo seguinte
Construo dentro de mim
Vários de mim mesmo.
Posso ser cruel,
Posso ser egoísta até.
Tento me construir,
Mas sou péssimo arquiteto,
Pedreiro, pintor...
Eu sou um mero aprendiz.
A minha estrutura é frágil,
A minha estrutura é pura até.
Deixo-me morrer,
Faço-me viver.
Me destruo, me desmonto
E sozinho mesmo, me refaço todo.
Nessa insistência
De querer ser um alguém,
Eu me perco em mim mesmo
E acabo não sendo ninguém afinal.
Bill Olyver, 06 de setembro de 2009, 14:20.
sábado, 5 de setembro de 2009
Deserto
A velha senhora
Cansada de sua idade
Sob o sol forte caminhava
Num desespero nú e mudo.
De tão sem vida
Seus olhos nem reflexo vertiam
E suas pernas
Arrastavam-se ao longo do inútil.
Uma canção de fadiga,
Suspiros e soluços
Pairava na brisa escaldante
Virou seus olhos ao chão,
Sem ter forças
Despencou sobre suas pernas
‘Mereço eu viver tanto?
Preciso eu viver tanto?
Desejo eu viver tanto?’
‘Merece você reclamar tanto?
Precisa você reclamar tanto?
Deseja você reclamar tanto?’
Bill Olyver, 05 de setembro de 2009.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Canguru
Carregava todo dia em suas costas,
Sem reclamar
Girava numa melodia de pneu,
Vento e asfalto.
A noite no silêncio do fim
Espiava tudo da garagem,
Haveria homem mais triste
Do que o daquela imagem?
Guardava no seu guidão
Sentimento jamais provado,
Parecia que amava
De tanto que agarrava com a mão.
‘Venha minha amiga
Me acompanhe,
Já não tenho mais vida’
Sentou-se na beira do chão,
Cansado de somar
Iria daqui pra frente
Apenas viver a sonhar.
Bill Olyver, 01 de setembro de 2009, 22:18
Fortuna (?)
A madame perua
Arrumava sua cabeleira.
Pente vai, tesoura vem
Chamaram por ela
Não apareceu ninguém.
Mulher do nariz empinado
Trazia tanta sacola na mão,
Equilibrava-se pra cá, pra lá
Chegavam até a roçar o chão.
Lá no meio da rua
Se fazia a multidão
‘Olhem que desgraça,
Estirada está no chão.’
Por incrível que pareça,
De tanto ser fútil
Perdeu sua pobre filha
Deu lugar a preocupação inútil.
E agora chora de dia até que escureça.
Bill Olyver, 01 de setembro de 2009, 18:20.
Querer renascer
Perdido em mim,
Me perdi em mim,
Afinal ‘que sou nós’?
Negro, tudo negro, vãos frios e escuros.
Eu queria vida, tive morte
Pedi um sorriso, ganhei morte
Ó deus, apenas ser um outro alguém, ouvi a porta bater-se.
Realidade estática, o mundo não gira
Ele apenas é, frio e morto, apenas é...
Sentidos...para quê sê-los?
Se somem em mim, me fazem ser, mas não me querem, não me têem
Me desculpe racionalidade, mas não posso mais funcionar
Estou fechando as portas para a luz, para a luz...
Bill Olyver, 06 de julho 2009, 5:46 am
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Pequena Infância
Quero te puxar pela mão,
Fingir ser criança
Correr no passo do meu coração,
Continuar tendo esperança.
Pular corda e rodar bambolê,
Brincar de pique esconde
Sem ter porque,
E te procurar sem saber aonde.
Quero brincar de carrinho,
Libertar minha criança
Te fazer carinho,
Arrumar nossa mudança.
Só porque dentro de mim
Eu sinto a coisa mais linda,
Desejo que nunca tenha fim
O nascimento da minha vida.
Bill Olyver, 31 de agosto de 2009, 15:48.
Pipoca
No batuque do meu coração
Eu fiz uma canção,
Parece samba,
Parece valsa
Cantei pra ninguém ouvir,
Guardei dentro do peito
Pra que escondidinho,
Você possa sorrir
No batuque da minha emoção
Eu fiz três versos,
Parece poesia,
Parece até mentira
Escrevi pra ninguém ver
Guardei dentro da alma,
Pra que quando você acordar,
Entenda entre linhas
o que eu não consigo dizer com palavras minhas.
Bill Olyver, 31 agosto de 2009, 15:39.
sábado, 29 de agosto de 2009
Sentimento de Plástico
De amor em amor
A tristeza transborda seu buraco,
Sem poder resistir
Me torno até fraco.
Viro criança,
Brinco esperança
Viro bagunça,
Brinco mudança.
Falo alto, uso até salto
Porque me sinto grande
Me sinto até exausto,
Sou gigante.
Tudo porque te amo,
Você me faz bagunça,
E quando eu te chamo
Quero continuar sendo amor, brincando mudança, usando esperança.
Bill Olyver, 29 de Agosto de 2009.
Decadência
O gato sonolento
Pisou no seu rabo
Fez gritaria,
Chegou até a latir alto.
Correu em volta de si
Se perdeu,
Burro o coitado
Gato tapado,
Caiu tonto no chão
Nem sei pra que tanta confusão
De tanto se prejudicar ficou louco
Correu em volta do coitado
Caiu tonto no meio da confusão
Seu rabo até latiu alto.
Bill Olyver, 29 de agosto de 2009 09:58.
Nascimento de um Anjo
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Unio
Haviam dois anjos,
um com asas quebradas e o outro era cego.
Certo dia pegaram-se a conversar sobre o porque de nenhum deles voar.
O de asas quebradas disse que suas asas eram inúteis.
Já o cego disse que não voava por não saber que rumo tomava, e tinha medo de topar com alguma montanha.
Calaram-se os dois.
Palavra alguma foi dita.
Apenas um abraçou o outro, e saíram os dois voando, pela eternidade, unidos num só.
Meu Amigo Drummond
Certa vez disseram que no caminho havia uma pedra,
Que havia uma pedra no meio do caminho.
Já eu, acho que havia mesmo um elefante.
Atrapalhando meu caminho, minha rota...
Eu, esperto que sou, vesti minha fantasia de rato e segui em frente,
Havia então no caminho um rastro,
Havia um rastro no meio do caminho.
Bill Olyver, 27/08/2009
sábado, 22 de agosto de 2009
Escultura
Eu preciso mudar o menino-homem que mora no espelho.
Preciso mudar minha moldura, meu retrato, minha foto.
Preciso mudar a minha obra de arte.
A minha vida...eu preciso dar vida a ela.
Preciso tanto me completar...completar alguém.
Preciso de asas, que me façam voar, fugir...
Preciso de uma estrada para eu ir embora correndo...e depois voltar.
Eu sei que vou voltar.
Preciso de um penhasco, para sentar à beira e deixar os pés livres balançarem com o vento.
Preciso deixar morrer meu passado passado,
O meu futuro passado.
Passado para trás...como um perdedor.
Preciso deixar de querer...preciso ter.
De todas as coisas, a que mais quero é poder continuar precisando.
Olyver, 22 de agosto de 2009, 14:46.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Flerte
Beijei seus lábios negros,
Eram crus e gelados,
Perversos tanto quanto sua doçura.
De olhos escuros me entreguei,
por deus, como quis retornar.
De encontro foram meu corpo quente, sua maldade fria...
Me deixei abraçar, incosciente,
Inocente criança pareci ser.
Tive meu sorriso e alma levados,
Levados pela escuridão.
Bill Olyver, 16 de julho de 2009, 05:55.
Criado Mudo
Proposta
Você toparia deitar numa cama recheada de doces,
E no alto de um penhasco isolado viver até o batuque cessar?
E se um anjo de asas negras pousasse ao seu lado
E apontasse para o horizonte acima do abismo?
Você toparia se ele lhe chama-se para voar por dentre a brisa cinza?
Se você de repente em seu reflexo visse deus?
Culparia-se por tanta desgraça ou vangloriaria-se por tanta perfeição?
Aceitaria sua existência ou por fim iria convencer-se de que és irreal?
Ponteiros
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Claridade Escura
Porque a luz está se apagando?
Porque o sorriso está se distorcendo?
Porque a alegria está se despindo da sua fantasia?
Porque as lágrimas estão brotando novamente das nascentes da angústia?
Porque um rio de perguntas sem navegantes respostas?
Porque o frio da solidão insiste em congelar o calor da alegria?
Porque a minha alma trinca o espelho da razão?
Palavras ao vento...
Esperanças lançadas ao mar do infinito...
Refúgio insuficiente, túnel sem fim...
A cura das minhas feridas não se faz presente,
O medo me saúda e me carrega na sua carroagem do desespero...
Penúmbra de desencanto, mero caminho sem volta...
Me dê uma chance de provar do sabor da água da fonte da vida, por favor...
Seque meus olhos com o tecido do seu véu de anjo...
Onde estão suas asas?
Porque não me leva pra voar em seus braços?
Pura ilusão...
Não há esperança não é?
O abismo das trevas reinará sobre mim...
No inacabado ficarei...
Bill Olyver, 08/07/2008, 23:18
Menina dos Olhos
Menina dos olhos
Cante sua afável canção
Entoe um balanço angelical
Rodopie por sobre o salão da minha alma.
Menina dos olhos
Apresente-me o sorrir
Ensine-me a plantar tais sementes
Regue meu coração
Menina dos olhos
Balance seus cabelos
Solte-se ao vento
Corra em saltitantes cantaroleios
Menina dos olhos
Ressuscite em minha vida
Erga-se do inferno
E por fim brilhe, pois, novamente em minha face
Menina dos olhos
Criança inocente
Chama incandescente
Teu suspirar inunda-me com tamanha alegria
Porque sumiste?
Menina dos olhos
Onde estás a vagar?
Bill Olyver, 21 de setembro de 2008.