segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pequena Infância


Quero te puxar pela mão,
Fingir ser criança
Correr no passo do meu coração,
Continuar tendo esperança.

Pular corda e rodar bambolê,
Brincar de pique esconde
Sem ter porque,
E te procurar sem saber aonde.

Quero brincar de carrinho,
Libertar minha criança
Te fazer carinho,
Arrumar nossa mudança.

Só porque dentro de mim
Eu sinto a coisa mais linda,
Desejo que nunca tenha fim
O nascimento da minha vida.

Bill Olyver, 31 de agosto de 2009, 15:48.

Pipoca


No batuque do meu coração
Eu fiz uma canção,
Parece samba,
Parece valsa

Cantei pra ninguém ouvir,
Guardei dentro do peito
Pra que escondidinho,
Você possa sorrir

No batuque da minha emoção
Eu fiz três versos,
Parece poesia,
Parece até mentira

Escrevi pra ninguém ver
Guardei dentro da alma,
Pra que quando você acordar,
Entenda entre linhas
o que eu não consigo dizer com palavras minhas.

Bill Olyver, 31 agosto de 2009, 15:39.

sábado, 29 de agosto de 2009

Sentimento de Plástico


De amor em amor
A tristeza transborda seu buraco,
Sem poder resistir
Me torno até fraco.

Viro criança,
Brinco esperança
Viro bagunça,
Brinco mudança.

Falo alto, uso até salto
Porque me sinto grande
Me sinto até exausto,
Sou gigante.

Tudo porque te amo,
Você me faz bagunça,
E quando eu te chamo
Quero continuar sendo amor, brincando mudança, usando esperança.

Bill Olyver, 29 de Agosto de 2009.

Decadência


O gato sonolento
Pisou no seu rabo
Fez gritaria,
Chegou até a latir alto.

Correu em volta de si
Se perdeu,
Burro o coitado

Gato tapado,
Caiu tonto no chão
Nem sei pra que tanta confusão

De tanto se prejudicar ficou louco
Correu em volta do coitado
Caiu tonto no meio da confusão
Seu rabo até latiu alto.

Bill Olyver, 29 de agosto de 2009 09:58.

Nascimento de um Anjo



Cada pétala caída, é uma pétala livre,

Pra voar, pra criar asas e ir embora.

São anjos, que viajam longe,

O vento, é a minha vontade de tê-los por perto.

Pétalas, anjos, vento....

Meu vento foi quem trouxe suas pétalas por aqui, meus anjos...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Unio




Haviam dois anjos,
um com asas quebradas e o outro era cego.
Certo dia pegaram-se a conversar sobre o porque de nenhum deles voar.
O de asas quebradas disse que suas asas eram inúteis.
Já o cego disse que não voava por não saber que rumo tomava, e tinha medo de topar com alguma montanha.
Calaram-se os dois.
Palavra alguma foi dita.
Apenas um abraçou o outro, e saíram os dois voando, pela eternidade, unidos num só.

Meu Amigo Drummond




Certa vez disseram que no caminho havia uma pedra,
Que havia uma pedra no meio do caminho.
Já eu, acho que havia mesmo um elefante.
Atrapalhando meu caminho, minha rota...

Eu, esperto que sou, vesti minha fantasia de rato e segui em frente,
Havia então no caminho um rastro,
Havia um rastro no meio do caminho.

Bill Olyver, 27/08/2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Escultura



Eu preciso mudar o menino-homem que mora no espelho.

Preciso mudar minha moldura, meu retrato, minha foto.

Preciso mudar a minha obra de arte.

A minha vida...eu preciso dar vida a ela.

Preciso tanto me completar...completar alguém.

Preciso de asas, que me façam voar, fugir...

Preciso de uma estrada para eu ir embora correndo...e depois voltar.

Eu sei que vou voltar.

Preciso de um penhasco, para sentar à beira e deixar os pés livres balançarem com o vento.

Preciso deixar morrer meu passado passado,

O meu futuro passado.

Passado para trás...como um perdedor.

Preciso deixar de querer...preciso ter.

De todas as coisas, a que mais quero é poder continuar precisando.

Olyver, 22 de agosto de 2009, 14:46.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Flerte




Beijei seus lábios negros,
Eram crus e gelados,
Perversos tanto quanto sua doçura.
De olhos escuros me entreguei,
por deus, como quis retornar.

De encontro foram meu corpo quente, sua maldade fria...
Me deixei abraçar, incosciente,
Inocente criança pareci ser.
Tive meu sorriso e alma levados,
Levados pela escuridão.

Bill Olyver, 16 de julho de 2009, 05:55.

Criado Mudo




Abriu a gaveta sem medo,
Decidido, cansado;
Seus olhos espelharam-se em lágrimas,
Nao lamentou, nem quis arrepender-se
Pôs entre os dedos o poder covarde,
Fechou os olhos,
Iria apagar seu eu fragmentado,
Apertou,
E sem sofrer fez-se escuro.

19/03/09 12:13 am
Bill Olyver

Proposta




Você toparia deitar numa cama recheada de doces,
E no alto de um penhasco isolado viver até o batuque cessar?

E se um anjo de asas negras pousasse ao seu lado
E apontasse para o horizonte acima do abismo?
Você toparia se ele lhe chama-se para voar por dentre a brisa cinza?

Se você de repente em seu reflexo visse deus?
Culparia-se por tanta desgraça ou vangloriaria-se por tanta perfeição?

Aceitaria sua existência ou por fim iria convencer-se de que és irreal?

Ponteiros




Corre, corre atrás do tempo,
Em tropeços escuros se ferem as almas,
Ó entidade, como curá-las? Não há tempo...
O tempo voa, escapa
A vida não pára, ela dispara...
Ela diz pára...