sexta-feira, 15 de junho de 2012

Coriza



Então você volta
Sorrateiro e silencioso
Como se nunca tivesse existido.

Lentamente sinto
Ora seu abraço gelado
Ora seu sarcasmo.

Embalo-me numa cantiga
Ruidosa e constrangedora,
Silenciada pelos cobertores.

Presto a mim mesmo
O direito de lamúrias
Corajosas em contra partida.

Então seu maior medo
Vira sua atual realidade,
Nua, crua e invejosa.

Bill Olyver, 15/06/2012, 06:22

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Kinder



Ô mãe, vê se me deixa viver
Me deixa sair, por aí...
Sou assim mesmo,
Cigano, mundano, avulso.

Que culpa tenho
Se meu sagitário grita alto,
Se meu câncer busca isso,
Se meu leão acha que pode.

Eu me iludo, eu me canso
Faço a volta e desencano.
Daí o tempo passa,
Passa pela catraca e não paga.

Meus pés não criam,
Nem raízes, nem calos
São alados, sem porto
Sem seguro.

Ô mãe, abre a porta
Me deixa sair,
Eu volto, envolto de histórias
E contos, de encontros e desencontros.
Bill Olyver, 8 de abril de 2012.