quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pedido


Hoje eu só quero.
Quero...
Chorar, espelhar os olhos.

São reflexos lentos
Que carregam um amontoado
De emoções, decepções.

Hoje eu só quero.
Ser egoísta,
Meus olhos são só meus.

A dor é minha,
O grito também.
O silêncio que se faça por ele.

Não são lágrimas de dor,
Nem de sofrimento.

São só lágrimas,
Vazias...
Como a cor que as preenche.

Bill Olyver, 26 de novembro de 2009, 01:22.

sábado, 21 de novembro de 2009

Yoñlu


A vida é perder amigos,
Dizem que - não sei se é verdade –
Amigos são nossa vida.

Na vida
Perdemos, ora ganhamos
No fim das contas, mais perdemos.

A gente luta.

Luta pra ganhar alguma coisa,
Pra realizar um sonho,
Pra que perder não seja tão saliente.

Quando a gente perde
Dói, e talvez seja eterna
A derrota.

Eu digo, que
A vida é uma faísca,
As cinzas são a morte.

Se realmente
Amigos são nossa vida
E a vida é perder amigos

Oras

A vida dá tantas voltas
Que no final
Ela se perde em si mesma.

Viver é perder a vida
Numa injusta e cruel
Contagem regressiva.

Bill Olyver, 21 de novembro de 2009, Curitiba, 08:56pm.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Entre linhas


Quando meus olhos
Cegos estavam
Aprendi a falar.

Quando emudeci
De repente
Me peguei a ouvir.

Quando ensurdeci
Decidi aflorar
Minha intuição.

Quando por fim
Meus movimentos
Quiseram morrer.

Parei...pulsei.

Me vi perdido então.

Aprendi, que o verdadeiro
Sentido de viver
Mora aqui, a cada batida.

Precisei morrer,
Para que finalmente
Eu pudesse viver.

Bill Olyver, Curitiba, 01:31, 20 de novembro de 2009.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Gato


São águas que já passaram
Ventos que já sopraram
São sonhos que já sonhei.

Caminhos que percorri
Me perdi.
Fogo que já incendiou.
Me queimei.

Me afoguei num emaranhado
Não de fios, mas de emoções.

Guardei, escondido
No meu quarto escuro,
Meu quarto de ‘entulhos’

Dizem que águas passadas
Não movem moinhos,
Que o vento que soprou
Não sopra mais.

Não sei...

Acho mesmo
Que no meu quebra cabeças
A peça que falta
É a minha.

Bill Olyver, 12 de novembro de 2009, Pojuca, 10:45.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Trinco



sou uma dor,
que a cada pedaço colado
despenca outro estilhaço.

procuro as peças
que se encaixem no meu,
mas nem no seu eu me encaixo.

fico aqui, consciente
inconsciente ali outrora,
ei de um dia me centrar.

ou não...

acho mesmo
que meus pés são viajantes,
são asas inquietas.

aqui, ali, lá
ontem, hoje
nem mesmo o relógio pode me sacear.

a vida por ora me clama morte
a morte, vida
eu, eternidade...

na dúvida eu fico
de cortar minhas asas,
de amarrar meus pés.

acho que preciso mesmo
fechar os olhos
e continuar sonhando.

Bill Olyver, 02:50, Pojuca, 11/11/2009.

Mente


O remédio que me cura
é o mesmo veneno que insiste
em me matar.

As asas que me fazem voar
são as mesmas
que me jogam ao chão.

Assim como na palma da minha mão,
meu amigo habita
aonde se esconde meu inimigo.

'Eu, ferido de mim.'

>Bill Olyver, Salvador, 04:34, 30 de Outubro de 2009.