sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Converse


Saudades do que não vivi,

Amarras as quais não desfiz,

O nó que me suporta

É agora o nó da garganta.


Desaforos levados

De mãos dadas

De volta para casa,


Revoltas envoltas

Num falso manto

De calmaria,


De tudo que vivi

De tudo que sofri

Nada mais é,

Tão doloroso.


Nem tampouco

É mais frio,

Mais sombrio...


Agora estou no centro

Ou fora da circunferência;

A vontade de ser

É tão sufocante.


E nessa de querer

Por fim,

Ser alguém,

Ser ninguém...


Ceifo meu anonimato,

Exponho meu eu,

Perco-me em mim,


E por fim tropeço

No laço dum cadarço

Mal feito,


Um nó que outrora

Me suportou.


Bill Olyver, 01 de outubro de 2010, 11:34.

Um comentário:

  1. Parabéns, poesia muito bonita. Um verso vai nos levando ao outro, o que me deixou encantada.
    "E por fim tropeço /No laço dum cadarço/Mal feito,..."

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