sábado, 1 de maio de 2010

Sem fundo


Hoje eu acordei sem querer.
Dentro de mim
Resquícios de um sorriso.

Todos os dias
Por um solavanco invisível
Eu somo apenas mais um.

Mais dois, três que sejam.
Todos abandonados
E perdidos entre si.

Busco no reflexo obscuro
Um traço, um laço
Um abraço quiçá.

Mas na sinceridade
Ser sorriso na solidão
É pedir. Muito aliás.

No embaraço dos meus dedos,
Os mesmos que amarram
Meus cadarços...

No zigue-zague
Entre seus respectivos teclar
Faço mais uma das minhas.

Assim
Suja e solitária,
Como seu criador.

Bill Olyver, 01 de maio de 2010, 21:54.

4 comentários:

  1. simplesmente perfeito
    melodioso, ritmado, reflexivo, sensivel, dedilhado por uma narrativa cronista, mas poetico. Lindo texto!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Sinto falta do verão de nossa amizade a distância. Época que conversávamos por tempos a fio pelo pc e eu de cá te imaginando como um novo poeta e escritor de livros, viajando com suas obras que saiam do seu coração. Pena que o tempo passou, o inverno chegou e à amizade se tornou um templo antigo daquilo que foi e poderia ter sido mais. Grande abraço e aplaudo seu talento de pé ainda com saudades daqueles verões.

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